Por escrever tantos tipos de textos, tenho uma coleção de diversas personagens. Nunca fiz um em vão. Todos eles, sempre, tem um pouco de mim. Uso-os para fazer coisas que nunca pude. Crio histórias que não vivi, aventuras que nunca hei de viver, lugares que nunca vi, corpos que são o que não hei de ser.
Esta é a beleza de escrever: ser tudo. Mas, olhando mais a fundo, teoricamente, sou ainda o mesmo. Fadado ao mesmo corpo, vida... Mas, sabe... Ainda bem. Viver intensamente foi algo para o qual não fui feito, afinal, quanto mais ócio tiver, mais hei de querer.
Então por que escrevo? Não muito mais por passatempo :D
Por mais que eu grite, o silêncio é sempre maior, e ainda serei eu. Não tenho escapatória, é um ciclo vicioso.
Talvez ai esteja a resposta. Sou humano limitado, portanto, durante meu ócio, ao invés de fazer, deixo que os personagens corram por mim. xD
Nunca escrevi algo com tamanha falta de sentido. HAHAHAHAHAHA
Ainda assim, por isso que as histórias me encantam, pois é tudo o que queremos ser e não podemos. Por favor, escrevam mais delas, quero lê-las. ;]
Um poema de meu.
MEUS PERSONAGENS
Visão que fere a alma, encho um avatar.
Na ferida do eu, continuo vazio.
Entrego-me ao que não sou para olhar
O ponto de vista de um corpo frio.
Fujo do que me faz; o que é tangível
Corro p’ro alívio que outro corpo traz.
Vejo o que pensa esse empréstimo amigo.
Refúgio do meu mundo que é incapaz.
Mas qual é o bem que um outro corpo faz
Se eu o penso, escrevo, torço, logo, crio?
Não é essa a perfeição, nem tão muito, e aliás
Nenhum consolo outro corpo nos faz
Se quem o cria é um outro corpo frio.
Fique com Deus.
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