Os homens ostentam poder, estadeam glórias a eles mesmos e se intitulam deuses. Até que vem o beco. Nenhum homem é ele mesmo ao passar pelo beco. Os homens tremem de medo, de seus antigos medos, ao passar pelo beco. Com medo dos que calaram há muito, quando o poder só era exato quando havia luz. Mas se realmente fosse exato, seria existente também no escuro. No beco, só há os medos, onde os homens mostram que são nada mais que ludibriadores de si mesmos.
O BECO
Os becos são mais escuros
Quando o sério transeunte
Em passos fortes e curtos
Com medo dos tantos furtos
Passa simulando essência
Brincando com a sua sombra
Vertendo medo em alusão
Do nada que sempre foi
À busca vã do que foi
Procurando lá a razão.
Ludibriando-se por horas
Para o momento na noite
Repudiada e esperada
Em que a mente não controla
E que a alma tanto chora:
Tamanha intimidação!
E que na mente do homem
São restos daquele gole
Que eram simples perdão
Das sombras que tanto somem.
Bem riem vastos os ratos
Do homem a sua pequines.
Por fazerem suas diabruras
Com os homens maus da rua
Correndo ébrios por sua vez.
Depois, os mesmos se fartam
Descobrindo seu valor
Vendo o trépido pavor
Dos homens que tem poder
E no beco nada, só temor.
Fique com Deus.
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